segunda-feira, 8 de abril de 2019

As Colunas que se movem B & J


              As colunas são importantes símbolos maçônicos, existem várias colunas e/ou conjunto de colunas dentro de um templo maçônico, entre tantas podem elas ser físicas ou intelectuais, existem as colunas cardeais que são 12, cada uma delas possui seu significado e ponto geográfico defino. Também existem as colunas que sustentam o templo/loja e são 3, A Coluna do Oriente é a Sabedoria representada pelo Venerável Mestre, a Coluna da Força representada pelo Primeiro Vigilante e a Coluna da Beleza representada pelo Segundo Vigilante, assim como as 12 colunas as 3 colunas de sustentação do templo possuem localização geográfica definida, o Venerável Mestre encontrasse no oriente sobre o altar, o Primeiro Vigilante encontrasse no ocidente na Coluna do Norte/setentrião e o Segundo Vigilante ocupa seu lugar no Centro da Coluna do Sul/meridião, por isso, algumas vezes por um possível equivoco de tradução a resposta sobre sua localização é dita como Meio-Dia, pois deriva do termo Frances MIDI que significa Meio-Dia, entretanto não existe erro em afirmar que o Segundo Vigilante esta localizado ao meio-dia, pois, meio-dia também indica a posição geográfica ao meio sul.
                Além das colunas acima brevemente referenciadas existem outras duas em particular, que no REAA ficam no átrio, porém, em algumas lojas as colunas B & J estão colocadas dentro do Templo próximo à porta no Ocidente, então se faz necessário entender qual é seu significado, pois assim teremos pistas mais assertivas sobre qual deve ser sua real localização, assim, também entenderemos porque sua localização é distinta dependendo do templo e/ou loja.
                A Coluna B significa Booz e deriva de Boaz nome do Patriarca Hebreu que fundou a dinastia do Rei Davi.
                A Coluna J/Jackhin apreende que o nome deriva de uma letra do alfabeto semítico que significa cofre ou esconderijo, o que mais tarde gerou diversas especulações, algumas podem parecer equivocadas, porém, é necessário ressaltar que na maçonaria especulativa não existe verdade absoluta a não ser no Oriente Eterno, ou seja, especular possíveis significados e compreender a diversidade de possibilidades é uma constante característica dos maçons.
                Uma das especulações mais tradicionais é que ambas as colunas guardam armas e/ou documentos, ainda mais profundamente algumas hipóteses dizem que as colunas B & J eram esconderijos para armas, pois, quando, na construção do templo de Salomão um exercito inimigo, geralmente enviado por Nabucodonosor atacava os pedreiros para impedir a construção do templo esses mesmos pedreiros buscavam dentro dessas colunas suas armas escondidas para defender a construção e suas próprias vidas.
                Outra especulação, entretanto incomum, é que dentro das colunas havia documentos que tratavam das divindades pagãs, ritos, receitas mágicas e até documentos sobre história.
                Em um livro de Crônicas de Flavio Josefo sobre os Judeus, o autor atribui às colunas um significado político e histórico, atribuído à coluna B/Booz/Boaz a força de Rei Davi que estabeleceu sua competência militar sobre o povo Hebreu, enquanto também atribuiu a Coluna J/Jackhin representativa da Estabilidade ao rei Salomão, que buscava o equilíbrio entre a força e a sabedoria.
                A Bíblia cristã coloca Jackhin à direita e Boaz à esquerda, o que está conforme com o simbolismo tradicional e universal.
                O Rito Escocês inverteu as colunas, segundo alguns autores não é possível localizar uma justificativa que explique tal ação.
A bíblia cristã e/ou livro da lei pode nos dar indícios, porém, como é um constructo que deriva da linguagem e a linguagem é humana, podem existir falhas, sejam por tradução, fragmentos esquecidos e/ou desprezados, seja pela falta de informações ou de como eram passadas as informações. Vale ressaltar que Salomão viveu em Jerusalém entre 1050 a.C. e 931 a.C.
                 As Colunas Jackin e Booz mediam cerca de 9 metro de altura com um adorno de aproximadamente 2,5 metros. Acima dos Capitéis haviam adornos de romãs e medalhas. Para os povos orientais daquela época a romã tinha um significado vinculado à sensualidade, amor e fertilidade, nos poemas Cântico dos Cânticos, atribuídos a Salomão, muito se vale por ele do simbolismo da romã.
                Não é segredo a nenhum maçom que o templo maçônico tenta replicar e/ou reproduzir o templo de Salomão.
                Então é factível dizer que a posição geográfica correta para as colunas B & J são fora do templo, basta observar antigas inscrições sobre a arquitetura do templo de Salomão.
                Segundo especulações sobre as inscrições do período da construção do templo os trabalhadores/aprendizes se ocupavam de cavar, carregar e servir os pedreiros ficavam do lado B para receber por seus préstimos, enquanto os trabalhadores/companheiros assentadores de pedras ficavam do lado J para receber seus salários.
                Os salários das classes de aprendiz e companheiros geralmente eram pagos em itens, como: comida, roupa, avental, luvas, ferramentas...
                Os mestres (pedreiros, talhadores, escultores, carpinteiros) eram pagos no centro do templo, dai surge o nome “Coluna do Centro”, que mais tarde viria a se chamar Câmara do Meio.
O pagamento era organizado em colunas, os mestres recebiam pelo trabalho dentro do templo, pois eram uma pequena fração se comparados à quantidade de aprendizes e companheiros, que, recebiam seus salários nas colunas correspondentes aos cargos do lado de fora do templo.
Assim também é possível entender a distribuição das tarefas, cargos e localização de cada classe trabalhadora.
Na Maçonaria especulativa, o conceito básico é que as colunas J & B significam respectivamente Estabilidade e Força.


M.: M.: Murilo Naves
GOB-MG

terça-feira, 2 de abril de 2019

Lâminas


Existem na nossa ordem duas laminas em especial, sendo a primeira a Esp.: Flam.:  e as espadas Tradicionais, comuns ou ordinárias.
Sugerem que a origem da espada como objeto Maçônico, vem da construção do Templo de Zorobabel, erguido em substituição ao grande Templo de Salomão destruído por Nabucodonosor. Os construtores tinham, ao lado das ferramentas de trabalho a Espada para combater e vigiar os inimigos. 
A Espada Comum divide-se em três partes principais e cada uma tem o seu simbolismo: 
-a Empunhadura;
-a Cruz;
-a Lâmina ou Folha. 
Apresenta uma estrutura própria, segundo medidas convencionais. Sua lâmina deve ter setenta e cinco centímetros de comprimento por três de largura, sendo de aço com dois fios, terminando em ponta triangular de cinco centímetros. O seu punho simula um "cordão torcido", rematado por um "Crânio" e sob o punho uma cruz (cruzeta) formada por um cubo e dois braços. Sobre o cubo, um esquadro cruzado por um compasso. Poucas são as Lojas que têm Espadas Maçônicas, pois aproveitam Espadas militares fora de uso. 
A Espada está presente nos três graus, mas sempre como parte integrante da liturgia. Nem o aprendiz, nem o companheiro utiliza Espada como parte integrante de suas indumentárias. O seu uso é exclusivo para os MM.: MM.:

Algumas definições em especial falam sobre a Espada Flamejante.
Seria esta Flamejante ou Flamígera? Pode parecer a mesma coisa, mas há uma sutil diferença;
·        Flamígero vem do latim flammigeruque corresponde a flammiferu que em português é Flamífero que é o adjetivo daquilo que apresenta chamas. 
·        Já Flamejante é o adjetivo do que flameja, sendo flamejar um verbo intransitivo que traduz a ação de lançar chamas. 
Me parece certo dizer que a espada é tanto Famígera pois representa em si as chamas, quanto flamejante, pois aos golpes do malhete lança suas chamas cobrindo de luz quem por ela é admitido.
A que tem a lâmina ondulada, qual língua de fogo serpentino. É usada pelo Venerável Mestre como símbolo do poder criador do G.’.A.’.D.’.U.’. Ao seu triplo tinir com os golpes do melhete (símbolo da autoridade, de que o Venerável se encontra investido pela constituição maçônica), é o recipiendário iniciado e admitido nas fileiras da Ordem. Em alguns países latinos é também usada pelo cobridor que assim guarda o Templo qual Cherubim a “guardar o caminho da árvore da vida” (Gênesis 3:24).
No altar do Venerável Mestre a espada flamejante representa a espada dos querubins á porta do Éden, pois, trata-se de quando Deus expulsou o homem do paraíso; na maçonaria ela tem na figura do Veneravel Mestre o aspecto do comando e da autoridade, capaz de repelir o intruso seja no plano físico, astral ou espiritual e essa é sua missão em Loja.
         Talvez e por sua vez, o Éden tenha sua localização no Oriente, pois nesse local a espada flamejante fora colocada dentro dos quadrilongos das maçonarias, e ainda, que o Éden simbolicamente represente o conhecimento e harmonia, itens essenciais para a liberdade fraternidade e igualdade.
         Simbolicamente aquele que por ela é agraciado, mundo a dentro dos templos maçônicos, receba sua passagem ao Éden, elevando suas capacidade e virtuosidade. O simbolismo da plenitude e da perfeição são as anteparas da virtude, o conhecimento enquanto luz é a principal ocupação do maçon, pois quando a luz não existem trevas, ignorância ou vaidade.
Seja a espada Ordinária ou a flamejante, sua importância é incontestável, sua imposição fecunda tanto as lendas quanto as histórias, influencia o passado e o presente, dirige o futuro.
A Espada é usada nas sessões normais dos três graus. Também é empregada habitualmente pelos Mestres por ocasião da recepção de autoridades, sessões magnas e visitantes ilustres, formando assim, a abobada de aço.
A Espada dentro do Templo é símbolo de proteção Divina e de justiça. A Espada ainda representa o verbo, a palavra e o próprio homem.
Com todos os aspectos, sejam míticos ou reais, a espada é um instrumento de apelo, forte e significativo, simbólico, energético e justo.
A espada, na maçonaria, é a arma da vigilância com a qual o maçom defende a Ordem; representa o poder e a autoridade dirigidos com justiça e equilíbrio. É um símbolo de igualdade entre os MM.’.MM.’..

M.: M.: Murilo Naves
GOBMG-GOB

As “Oito” Ferramentas do Companheiro

         Antes de apresentar as cinco ferramentas do grau de Comp.: M.:, é necessário entender que o Ap.: M.: já possui três, a régua de 24 pol, o maço e o cinzel, que foram as ferramentas que ele utilizou para desbastar a pedra bruta, ou seja, com duas ferramentas do grau de Ap.: M.: e mais as cinco ferramentas do grau de Comp.: M.: totalizam-se por hora, oito ferramentas.
         A primeira viagem exige força e perseverança, conforme todos os trabalhos da coluna do norte JONICA que representa a força necessária pra o primeiro trabalho com as ferramentas do aprendiz.
O maço exige do maçom dedicação, pois se trata de um trabalho duro e penoso, já o cinzel demanda atenção para que o trabalho não seja desviado do que o mestre determinar. A régua de 24 pol.: representa o principio da medida, a retidão, o compromisso com o juramento e família 24 horas por dia.
         A P.: B.: representa o homem, que cheio de arestas e imperfeições deve ser aprimorado, com brutas ferramentas de malhar, seguir e cortar.
         A segunda viagem do grau de Comp.: M.: é o primeiro passo da arte, por isso o Comp.: M.: deixa seu posto do norte e será abrigado no Sul na coluna CORINTIA que é o significado da beleza. Para a viagem o Apr.: M.: é apreciado com mais duas ferramentas, o compasso e a régua.
         A régua é um instrumento de medida, de traçado reto, ela também simboliza o caminho da retidão moral, ética, fraternidade, igualdade...
         O Compasso é um instrumento de traço circular, ele é o simbolismo das lutas, do trabalho e da justiça no seu campo de atuação.
         A régua e o compasso juntos são ferramentas que permitirão aprimorar o trabalho já iniciado com o a régua de 24 pol.:, o maço e o cinzel, são ferramentas de precisão e também de criatividade e beleza.
         Realizada a contento a segunda viagem do aspirante a Comp.: M.: é momento de praticar a terceira viajem: o instrumento e/ou ferramenta é a Alavanca junto com a régua que permite alavancar objetos, posiciona-los, seu simbolismo é a força irresistível da vontade, secunda pela inteligência e pela bondade, muito parecida com a régua, porém, na verdade são complementares, a régua deve sempre acompanhar a alavanca, pois toda ação, quando submetida ao dever, à equidade, será digna da justiça. Com a capacidade operativa das ferramentas é dado ao Apr.: M.: a competência para grandes trabalhos.
         A quarta viagem é o momento em que o Apr.: M.: tomará ciência de vários conjuntos de ferramentas, será praticada com o compasso, ocupando-se integralmente de levantar o edifício, sua grande obra, seu todo, o compasso ensina ao Apr.: M.: que a aplicação, zelo e inteligência mostrados nos seus trabalhos maçônicos são responsáveis por atestar sua elevação, o compasso sinaliza a construção em direção ao seu todo, bem como a colocação dos matérias necessários a sua obra.
         A quinta viagem, com auxilio do IIr.: Exp.: o aspirante faz sua ultima viagem do grau, com uma espada apontada ao coração pelo IIr.: Exp.:. A viagem é contemplativa, porém, muito carregada de simbolismos e emoções, é o momento da verdade, da cura das angustias do mundo profano, da renovação de seu juramento interior, é o momento em que se pesa seu progresso até aqui, contra a espada um coração que se bem lapidado nada teme. A quinta viagem no seu sentido mais amplo, ensina ao aspirante que ele mesmo é a ferramenta, da cura da doença, dos vícios das profanidades da vida comum.

As viagems simbólicas e as provas que submetidos em conjunto com as ferramentas maçônicas respectivamente representam os aprendizados, desafios e as armas de um maçom, não para que o mesmo enfrente o mundo, mas para que enfrente a si próprio, que possa se polir e lapidar, pois, ao enfrentar o mundo profano o maçom bem lapidado conseguirá êxito em sua batalha, fará com perfeição e assertividade seu trabalho.


M.:M.: Murilo Naves
GOB-MG

A Estrela Mais Brilhante


A Estrela pentagrama incorporada à ritualística maçônica é tão mais antiga que a própria ordem. Existem entalhes de pentagramas em pedras que datam de a.C.3.000.
            Alguns autores exibiram explicações a cerca de seus mistérios na ritualística maçônica, alguns disseram que a Estrela é uma obra de Pitágoras e nomeada de “Agrippa”, outros dizem que nossa estrela é a estrela guia, que guiou até Cristo os três Reis Magos.
            A confusão a cerca da simbologia maçônica não é algo inerente a apenas esta era, pois, somos aculturadores e também aculturados, então, o significado do símbolo dependerá também do nosso tempo contemporâneo, ou seja, nosso aqui agora.
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            Descartar qualquer informação, sobre qualquer elemento é um atroz erro, um atentado ao nosso povo e nossa história, pois, a especulação, por mais errônea que seja, tem a capacidade de nos inquietar, com isso nasce nosso desejo de conhecer, a sede por conhecimento.
Os povos antigos, Macedônicos, Fenícios, Egípcios e outros, acreditavam que os Deuses habitavam as estrelas, como denuncia o livro “Amós” (5:26), os egípcios adotaram a “estrela-cão” ou seja, Sírius como um dos seus Deuses a mais brilhante de todo o céu.
            Conforme ressalta nosso Ir.: Kennyo Ismail em 2011, “não importa o significado que a estrela tenha para os índios da tribo dos tapajós ou para os esquimós. Estamos tratando aqui de Maçonaria.”
             Porém, devemos reconhecer que a simbologia e o significado da geometria sagrada não são de exclusividade da maçonaria e dos maçons, existem religiões pautadas no assunto, existem estudos na física quântica, ritos de varias seitas gnósticas, filosóficas e cientificas. Alguns em conformidade com nossa “discreta sociedade”, outros paralelamente distintos.
O livro “Atos” (7:43), cita o tabernáculo de Moloch e “a estrela do deus Renfan”. Renfan era um dos nomes pelos quais os egípcios chamavam Sirius, Enquanto no Antigo Testamento relata outras passagens que citam o deus Moloch.
Rei Salomão edificou um altar em homenagem a Moloch, como é possível esse conhecimento? Simplesmente, existirá um símbolo no altar, uma estrela, a mais brilhante estrela do céu.
Considerando o papel do Rei Salomão para a Maçonaria e suas maneiras peculiares a cerca da história e vida, devemos expor como um dos objetos centrais a questão da dualidade, a dualidade é a existência comum da matéria e o espirito, na maçonaria a matéria prevalece sobre o espirito no grau de aprendiz, mede forças com o espirito no grau de companheiro e sucumbe ao espirito no grau de Mestre Maçom.
Qual a relação de todas essas informações com a estrela Flamígera?
A relação se explica na própria experiência de Salomão, que ao principio da vida e de modo profano se dedicou ao prazer e as experiências da matéria, com o tempo, e o trabalho de lapidação da moral e ética aconteceu a vitória do espirito sobre a matéria, a dualidade enfrentada por Salomão culminou na sua reverência a Sírius, a estrela mais brilhante do céu e por isso o termo “flamígera”, é fácil compreender o importante papel simbólico que a Estrela Flamígera ocupa no grau de Companheiro Maçom. Não existe melhor maneira de simbolizar tal dualidade aos Companheiros do que através do exemplo do próprio Rei Salomão, identificada no Templo por Sírius, a Estrela Flamígera.
A Estrela Flamígera representa as forças e os perigos que podem desvirtuar até o homem mais sábio dos caminhos da retidão que leva à Verdade.
Com audácia exploro que para muitos a estrela assim como a espada  é Flamígera e Flamejante, pois apresenta chamas e também lança suas chamas.
A chama enquanto luz é também filtro das maledicências, egocentrismos,  vícios, é o caminho clareado em meio ao caos e a escuridão, sendo também, um tipo de elixir que nos abençoa quando somos alvo de suas chamas lançadas, clareando nossas turvas vistas, abrindo caminho para que também possamos semear a liberdade, igualdade e fraternidade, é a luz que nos armará contra a ignorância, os preconceitos e os erros.


M.:M.: Murilo Naves
GOB-MG